Meditação sobre a Técnica – José Ortega y Gasset
“A técnica é o contrário da adaptação do sujeito ao meio, dado que é a adaptação do meio ao sujeito.”
Se o ser humano se contentasse com o que é objectivamente necessário para existir, não precisaria da técnica. Contudo, não lhe basta satisfazer necessidades básicas e tende mesmo a ultrapassar o problema dessa satisfação, impondo à natureza uma reforma que anule esse problema e lhe assegure bem-estar. Para ele, sublinha Ortega, viver não é simples estar, mas sim bem-estar, e só sente como necessidades as condições objectivas do estar, porque este é pressuposto do bem-estar.
“Os animais não conhecem a infelicidade, mas o homem age sempre em luta com o seu maior desejo, que é o de chegar a ser feliz. O homem é, essencialmente, um insatisfeito, e isto – a insatisfação – é o mais alto que o homem possui, precisamente porque se trata de uma insatisfação, porque deseja ter coisas que não teve nunca. Por isso costumo dizer que esta insatisfação é como um amor sem amada ou como uma dor que sinto em membros que nunca tive. Aparece-nos o homem, pois, como um animal desgraçado, na medida em que é homem. Por isso não está adaptado ao mundo, por isso não pertence ao mundo, por isso necessita um mundo novo, que estes senhores à nossa volta querem edificar, e talvez o vão conseguindo fazer pouco a pouco.”
“A técnica é a reforma da natureza, dessa natureza que nos torna necessitados e carenciados, reforma em sentido tal que as necessidades ficam se possível anuladas por deixar de ser problema a sua satisfação.”
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Informação adicional
Autor | José Ortega y Gasset |
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Ano de Edição | 2009 |
Encadernação | Capa Mole |
Idioma | |
Páginas | 136 |
ISBN |
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